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À precipitação do amanhecer
rural retiro à flauta o som mais puro
de quem, já acostumado com o escuro,
absorto fica vendo o sol nascer.
Caprino olho tecido em bem-querer,
preexistente nas coisas que procuro
pastoreando sonhos: amargo ver
desencontrado olhar longe do muro.
Recolho pastoral envelhecida
ao som da flauta (pastoral da vida)
armado de silêncio e panorama.
Ela se perde verde no horizonte,
como ovelha de luz ou como fonte
onde lavo meu sonho. E se derrama.
Florisvaldo Mattos Uruçuca, Brasil - 1932
poesia.net -www.algumapoesia.com.br -Carlos Machado, 2012
Publicado en la revista Isla Negra 322
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