Minha fantasia é amar-te
Como ainda nunca amei
Com toda a liberdade
Ousadia e veracidade
Ver-me refletida nos teus olhos
o sagrado
Embrionário e ansiado
Desejo meu.
Teus lábios que ainda não provei
Abraços que nunca abarquei
Pele fugidia, arisca ao meu toque
Céus azuis, vôos de andorinhas
Sonho etéreo, surrealidade
Um quadro de Picasso.
Um coito ao estilo Kafikaniano
Ousado para qualquer parâmetro
Incapaz de ser imaginado
Braços em nós, entrelaçados
Membro túrgido, penetrado
Punhal quente, úmido _ fincado
Toque profundo, marcado
Seiva que se derrama da minha fenda.
Um enlace como o dos loucos
Que desconhecem o sentir ameno
No desvario do possuir-se por completo
No gozo postergado, ainda que certo
Com que se conjuga uma eternidade
Em instantes soberbos e desregrados
Ausência do temor pelo pecado
No devorar da hóstia proibida.
O amor que só conjuguei no verso
Quando só no poema confesso
É o sentir inocente e perverso
Que quero entregar-te à luz da lua
Despida de toda minha ambiguidade
Dos traumas, alforriada
Das leis desobrigada
É o sentir que lhe darei
Do entardecer à madrugada.
Quando então repousarei
Depois deste amor consumado
Com toda a indulgência
No teu ventre adorado.
Paula Cristina Conceição -Portugal-
No hay comentarios:
Publicar un comentario