lunes, 11 de mayo de 2020

SOU A SOLIDAO DO MAR


Sou a solidão do mar
num dia cinzento de chuva
o músculo aquoso que embate
nas rochas sombrias do tempo.
O canto inquieto que invade
o colo de minha alma perdida.
As veias esculpidas no dorso
da vaga que se ergue nos ares
agitando os cabelos revoltos.
Sou as montanhas de fogo
roídas por dentes de vento gelado.
Sou a madrugada vestida de noite
a luz vestida de permanente luto.

Fátima Nascimento

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